Por Lucia Rodrigues, SRC
Você já ouviu falar em uma figura muito simpática chamada Leprechaun?
Estamos falando de seres que vêm da mitologia da Irlanda. Eles são criaturas mágicas bem pequenas que vivem nas florestas e bosques. São sapateiros e conseguem fazer qualquer tipo de sapato, mas apenas dois pares por ano. Eles são muito danadinhos e se escondem entre as folhas e as cascas de árvores. Assim, é quase impossível localizá-los. Eles se vestem de verde, justamente para ficar mais fácil de se confundirem com as plantas e se camuflarem.
Também dizem que eles guardam tesouros no final do arco-íris. Então, para alcançar esse tesouro, é preciso, primeiro, capturar um leprechaun. Isso, por si só, já é uma tarefa muito difícil, já que eles se escondem muito bem pelos campos em que habitam. Depois, é preciso ser firme com o leprechaun, pois ele fará várias tentativas para escapar. Depois, é necessário não ter medo e acompanhá-lo pela viagem no arco-íris até chegar no lugar onde seu valioso tesouro é guardado. Se conseguirmos ter sucesso nessas três partes da aventura, ele nos dará o seu tesouro de bom grado.
Mas, afinal, que tesouro é esse que fica escondido no fim do arco-íris?
Na mitologia irlandesa, esse tesouro é um pote cheio de moedinhas de ouro maciço. Mas, na verdade, isso é apenas um símbolo. Essas moedinhas representam os sonhos que todos nós temos. Pense agora nos sonhos que você tem e nas coisas que você quer que ainda aconteçam em sua vida. Pense nos amigos que ainda quer fazer, no diploma da escola que quer alcançar, em um esporte que quer aprender, em um brinquedo que queira aprender a jogar, em uma viagem incrível que você deseja muito viver, em algum lugar sensacional que quer tanto conhecer… todos nós temos muitos sonhos… eles são como as moedinhas do pote de ouro do nosso leprechaun.
Assim é em nossa aventura da vida. Primeiro, temos que “capturar o leprechaun”. Isso quer dizer que precisamos olhar atentamente para o bosque para perceber esse duende mágico que gosta tanto de se esconder. Da mesma forma, precisamos aprender a olhar para dentro de nós mesmos. É preciso se conhecer bem e saber quais são nossos talentos – aquelas coisas para as quais temos mais facilidade para fazer ou para aprender. Às vezes, nossos talentos são como o leprechaun: gostam de se esconder de nós. A gente olha, olha e olha para dentro da gente e tem dificuldade de encontrar. Mas pode ter certeza: lá estão eles. Todos nós temos talentos; alguns visíveis, outros ainda escondidos.
Depois, precisamos segurar nosso leprechaun bem firme para ele não fugir. Na vida é a mesma coisa: depois que encontramos nossos talentos, é preciso investir neles. Por exemplo, podemos ter uma criança com grande facilidade para desenhar. Ainda que possua habilidade, ela precisará tomar a decisão de investir nisso e começar a frequentar uma escola de desenho para melhorar sua capacidade atual e ficar cada dia mais habilidosa. Se bobearmos, o leprechaun foge e se esconde novamente de nós.
Por fim, precisamos ter a coragem de fazer a viagem pelo arco-íris. A viagem é a nossa própria vida, que deve ser a incrível busca pelo pote de ouro: a conquista de nossos desejos. Contudo, tem uma pegadinha… Como as moedas desse pote de ouro podem ser qualquer coisa, precisamos tomar cuidado com o que desejamos. Nossos sonhos vão fazer outras pessoas felizes também ou são apenas desejos egoístas? Talvez, essa seja a tal coragem necessária para essa viagem pelo arco-íris: a coragem de desejar e buscar não apenas os sonhos que nos beneficiarão, mas também aqueles que trarão o bem para outras pessoas. Esses sentimentos de amor e de generosidade é que farão o leprechaun nos entregar o pote de ouro, lá em nosso cantinho sagrado, no fim do arco-íris…
BIBLIOGRAFIA:
1. Cat, Finn McCool. Irish Holiday Fairy Tales. Ed. Arthurhouse, New York. 2012;
2. Jonhston, Tamra L. Libby, the little leprechaun. Ed. Arthurhouse, New York. 2012.