Frater Serge Toussaint, Grande Mestre da Jurisdição de Língua Francesa da AMORC.

Em primeiro lugar, parece-me importante estabelecer uma distinção entre educação e instrução, pois há uma tendência em se confundir as duas. Educar uma criança é nela inculcar valores cívicos e éticos, a fim de que ela se comporte o mais dignamente possível no seu meio familiar e na sociedade. Todo mundo deveria convir que cabe acima de tudo aos pais assumirem este papel e responsabilidade no cotidiano. Instruir uma criança é lhe transmitir conhecimento com vistas a contribuir para a sua cultura geral, e depois prepará-la para entrar no mundo profissional e no que comumente é chamado de “vida ativa”. Esta missão cabe aos professores, que são formados para este fim. Não quer dizer que eles não devam interferir no plano educativo, mas isto não é sua principal responsabilidade. Infelizmente, muitos pais descarregam neles a tarefa de educar seus filhos, incapazes que são de fazê-lo eles próprios, mais frequentemente porque não têm vontade ou não têm mais as necessárias referências. Não se pode deixar de deplorar isto, pois uma sociedade sem educação traz em si os germes da decadência, o que levou Platão, no alvorecer do declínio da civilização grega, a dizer: “Quando os pais se acostumam a deixar os filhos fazerem o que quiserem, quando os filhos não cuidam mais do que dizem, quando os mestres tremem diante dos seus alunos e preferem adulá-los, quando finalmente os jovens desprezam as leis porque não reconhecem acima deles a autoridade de nada e de ninguém, aí está em todo esplendor e toda juventude o começo da tirania”.

Que dizer dos valores cívicos que é preciso cultivar nas crianças? De maneira geral, eles se referem ao respeito que se deve manifestar para com os outros, seja no âmbito familiar, no ambiente escolar ou no ambiente social. Dizer “bom dia”, “até logo”, “por favor”, “obrigada”, “perdão” etc. faz parte das regras de polidez e de cortesia, que permitem manifestar esse respeito devido a outrem e que participam de fato naquilo que é chamado de “civismo”.

Quanto aos valores éticos que devem ser despertados nas crianças, trata-se naturalmente das qualidades que fazem a dignidade do ser humano, tais como a paciência, a tolerância, a humildade, a generosidade, a coragem, a benevolência, a não-violência etc. Você há de notar que o despertar destas qualidades não beneficia somente aos outros; contribui também para fazer da criança uma personalidade evoluída, no sentido místico desse termo. A esses valores cívicos e éticos convém acrescentar que as crianças precisam de reparos, o que implica que não são capazes por si mesmas de distinguir o que é bom e o que é mal no comportamento humano. Cabe então aos pais e aos educadores em geral colocar proibições e obrigações, ficando entendido que é preciso explicar às crianças por que lhes é pedido que façam ou que não façam isso ou aquilo. Como já ensinava Pitágoras, toda sociedade digna deste nome deve promover um equilíbrio perfeito entre os direitos e os deveres de cada um.

Do ponto de vista rosacruz, a educação familiar deveria também incluir uma dimensão mística. O ideal seria que os pais sensibilizassem seus filhos quanto à existência de Deus, não como Super-Homem sediado em alguma parte do céu e decidindo sozinho o nosso destino, mas como uma Inteligência universal e impessoal, agindo por meio de leis imutáveis e perfeitas. Dentre estas leis, deveria ser explicado a eles em que consiste o carma, a fim de que saibam desde sua mais tenra idade que cada qual colhe cedo ou tarde o que semeou, de modo positivo como de modo negativo. Isto só poderia incentivá-los a agirem bem para com eles próprios e para com os outros. Por extensão, também se deveria iniciá-los à existência da alma e lhes explicar que a finalidade fundamental da vida é tornar esta alma melhor. Como? Despertando as qualidades que lhe são próprias, o que nos traz de volta ao que já dissemos quanto aos valores éticos que neles é preciso despertar.

Mas esta educação espiritualista seria incompleta se fosse desprovida de humanismo. Por isto seria necessário semear nas crianças a ideia de que a humanidade inteira é a sua família e de que todos os seres humanos são almas irmãs em via de evolução. É justamente esta dimensão espiritualista que faz a diferença entre educar uma criança e verdadeiramente elevá-la, no sentido de elevar sua consciência a ideias nobres. No atual estado das coisas é, infelizmente, preciso reconhecer que estamos longe desta visão ideal, quiçá utópica, da educação.

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