Por Eduardo Gochi, FRC
RPG é uma sigla inglesa para role-playing games, que em português quer dizer “jogos de interpretação de papéis”. Se você gosta de usar sua imaginação e é uma pessoa criativa, com certeza esse é seu lugar. Mas se você é uma pessoa investigativa, gosta de criar suas próprias histórias e quer entender melhor as pessoas, por que não usar esse ambiente como seu?
A verdade é que o RPG serve para qualquer pessoa com diferentes motivações. Essa ferramenta veio ao mundo na década de 70 e se tornou febre nos anos 80, originando filmes como Mazes and Monsters (1982) e até uma saga em desenho baseada numa campanha jogada em uma mesa por um grupo de pessoas, chamada no Brasil de Caverna do Dragão (1983). O RPG serve para divertir, entreter e até fazer você conhecer a si próprio, colocando-o em situações hipotéticas pelas quais talvez você nunca passe em sua vida.

Mesmo que tenha mais de 40 anos de idade, se você fez alguma entrevista de emprego e passou por uma dinâmica de grupo, com certeza já jogou ou usou RPG em sua vida. Criado com o intuito de verificar perfis de pessoas ou até selecioná-las para uma vaga de emprego, essa ferramenta sem querer se tornou um dos meios de entretenimento mais complexos de que dispomos. E o mais legal disso: para usá-la é preciso a companhia de outras pessoas.
Caso você esteja ficando mais interessado sobre o assunto, o RPG é uma espécie de teatro. Forma-se um grupo de 2 até 10 pessoas, divididas em 2 tipos. Primeiro, os jogadores. Esses são responsáveis por criar um personagem que caberá a alguém interpretar e tomar as decisões que serão as melhores. E o segundo tipo é o narrador ou mestre, ou então em inglês GM (Game Master).
Ao narrador, diretor e roteirista da Campanha de que se fará parte, cabe a preparação do cenário imaginário em que se ambientará a aventura. Ele interpretará os personagens coadjuvantes e possíveis arquirrivais do grupo de jogadores. Também será ele o responsável pela criação da história e julgará as ações dos jogadores. É necessário que o narrador conheça profundamente as regras do sistema que irá ser utilizado para dar base ao cenário em que se passarão as aventuras desse mundo imaginário.
Já o jogador é o protagonista dessa história que não tem ganhadores ou vencedores. Ele deve ter noção do ambiente em que se passarão as aventuras e deve ser responsável pelas decisões e atitudes do personagem que criou para si, com o intuito de trabalhar com seus companheiros de aventura.
Dotado de características do teatro e de jogos de estratégia, o RPG, na verdade, é livre e sem roteiros, sendo apenas limitado pelo conjunto de regras do sistema em questão. A ideia dessa ferramenta é, no fundo, colocá-lo em contato com sua imaginação. Você fará uso de suas experiências adquiridas em sua vida real para basear suas decisões nesse mundo fantasia. Mas depois de entender a essência desse jogo, você pode usar suas experiências fictícias para conhecer características suas que eram apenas latentes e trazê-las à vida de uma forma mais segura e sólida. Por exemplo, se você for tímido, pode-se criar um personagem que pode ser um líder ou artista com o intuito de fazê-lo falar mais, expor mais suas ideias, a fim de trabalhar essa característica latente e transformá-la em um ponto de qualidade em sua personalidade. Mas isso, claro, com o consentimento de todos.
Caso você não conheça amigos que queiram jogar RPG, você pode encontrar alguns jogos online que podem auxiliá-lo nessa aventura. Existem alguns que podem colocá-lo dentro de um cenário dos jogos mais conhecidos no mundo. Por exemplo: você gosta da série Guerra das Estrelas, mundialmente conhecida como Star Wars? Então procure o jogo Star Wars – The Old Republic. Esse jogo o ambienta nesse cenário vários anos antes dos acontecimentos dos filmes, permitindo que você jogue com a Antiga Ordem Jedi, os Siths e até ser um soldado ou espião de ambos os lados. Mas para aqueles que preferem um mundo medieval ou para quem talvez a saga “O Senhor dos Anéis” seja uma inspiração, o jogo Dungeons & Dragons Online pode ser sua escolha.
Finalmente, na condição de buscadores, por que não usar desse ambiente divertido e instigante como ferramenta de autoaperfeiçoamento e laboratório?
Referências:
– Dungeons & Dragons – Player´s Handbook – Core Rulebook I – v 3.5
– Dungeons & Dragons – Dungeons Master ´s Guide – Core Rulebook II – v 3.5
– Dungeons & Dragons – Oriental Adventures
– Star Wars Roleplaying Games – Revised Core Rulebook
* Todos esses livros são da Wizards of the Coast e D20 System.